segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Profissionais mais-ou-menos

Uma “praga” que assola as empresas brasileiras é o profissional mais-ou-menos. Nas empresas públicas então eles são maioria absoluta. Mas não se iludam, eles estão em todas as empresas, de todos os portes e todos os segmentos.

O profissional mais-ou-menos é aquele cara que só faz o que é estritamente necessário para que o seu trabalho fique mais-ou-menos e para que seu chefe não pegue no seu pé. O profissional mais-ou-menos é aquele que se esconde dos problemas, cumpre estritamente o seu horário de trabalho, nunca está à disposição para trabalhar além do tempo necessário, nunca dá um pouco a mais do seu esforço, não procura se aperfeiçoar como profissional, procura sempre identificar nos outros a culpa por eventuais problemas, nunca está disponível para fazer um curso de atualização ou aperfeiçoamento, gosta muito de tomar um cafezinho ou de fazer um lanchinho a todo o momento e vive reclamando de tudo no trabalho. É o chefe que não presta, é a empresa que não o valoriza, é o salário que é baixo, é o ambiente de trabalho que não é legal, culpa sempre dos outros, é claro, nunca por sua responsabilidade. As empresas estão infestadas de profissionais mais-ou-menos.

Os profissionais mais-ou-menos são uma conseqüência da nossa cultura, da formação que se recebe desde a infância, da família à empresa, passando pela escola dos professores despreparados e pela universidade dos professores desinteressados. O resultado de tanta formação mais-ou-menos é um profissional mais-ou-menos.

O profissional mais-ou-menos é aquele que tem sempre a desculpa para tudo pronta na ponta da língua. Se um diretor está explicando a implantação de uma nova ferramenta de trabalho ele logo já pensa, e às vezes até diz: “Aqui não vai funcionar”. Às vezes ele é um pouco enrustido e comenta: “a ferramenta é ótima, sou totalmente favorável à sua implantação, mas não acho que este é o momento adequado, pois...” e aí vem aquele monte de desculpas sem consistência.

É muito comum uma empresa contratar treinamentos para a capacitação de sua equipe e a reação da equipe ser de reprovação. Ouço com freqüência espantosa dos profissionais convocados para treinamentos respostas do tipo: Vai ter hora extra? O que eu ganho com isso? Com tanta coisa que eu tenho para fazer, agora tenho que parar tudo para escutar essas bobagens. Se eu for neste treinamento eu vou ganhar aumento? A empresa numa crise financeira e a diretoria gastando dinheiro em bobagens... Essas são ponderações típicas de profissionais mais-ou-menos que ouço diariamente nas empresas que atuo. Meu conselho para você que se identificou como profissional mais-ou-menos é repensar seus conceitos e seus valores de vida. Profissionais mais-ou-menos não chegam a lugar algum, não crescem profissionalmente nem ganham muito dinheiro. Profissionais mais-ou-menos se aposentam com salários medíocres e passam a vida reclamando da sua sorte. Meu conselho para você que é um líder ou dirigente de empresa e identificou profissionais mais-ou-menos na sua organização é LIVRE-SE DELES!!! Sem dó nem piedade. Profissionais mais-ou-menos são um atraso para a organização e um foco de atrito e desmotivação para toda a equipe. Os profissionais mais-ou-menos são muitos? A maioria? Livre-se deles mesmo assim. Faça um plano de substituição gradativa que não afete a produtividade e o desempenho da organização. Os profissionais mais-ou-menos estão em cargos de chefia? LIVRE-SE DELES O MAIS DEPRESSA POSSÍVEL. Chefe mais-ou-menos é uma praga terrível para a organização! Os efeitos nefastos de um chefe mais-ou-menos só serão totalmente conhecidos após a sua saída.

Há alguns anos trabalhei para uma empresa que tinha um diretor financeiro mais-ou-menos, que era o maior salário da empresa e não gerava resultado palpável, além de ser considerado muito arrogante por todos. Em resumo, um legítimo CHEFE. Após sucessivos meses em que este diretor se esquivava de usar um novo sistema de controle da empresa, o Presidente desta empresa decidiu substituí-lo. Somente após a sua saída é que se descobriu as barbaridades que este diretor fazia, e de como a empresa estava tendo prejuízos com a sua gestão. “Maquiagens” financeiras para ocultar mau desempenho, redução de salários para reduzir custos e outras medidas que ele tinha tomado estavam levando a empresa a um caminho muito perigoso. O sujeito foi substituído interinamente pela secretária (nada mais-ou-menos) que rapidamente colocou as contas da empresa em dia e implantou uma gestão transparente na área financeira. Ah, e com o salário equivalente a 1/3 do que o diretor demitido ganhava.

Lugar de profissional mais-ou-menos é no mercado de trabalho, na fila de emprego e reclamando da vida.

Um abraço do Dr. I.

2 comentários:

  1. Realmente Dr. I. O empreguinho meia-boca, para o profissional mais ou menos... é relativo, mais infelizmente quem paga o preço somos nós... pessoas que desejam usar serviços de qualidade com qualidade, ficam a ver "literalmente, navios" quando estas situações ocorrem. Mas, não vamos desistir.. vamos continuar trabalhando em prol de uma sociedade melhor e que os bons profissionais, que precisam de maior dignidade, ocupem as posições necessárias, para que a qualidade volte a permear as nossas vidas como um todo...

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  2. Dr. I mostra um perfil de algumas pessoas, que muitas vezes não estão restritas somente no âmbito do funcionário de primeiro nível ou gerência. Não são raras as vezes que contato com donos de empresas, que adoram reclamar de tudo (governo, crise, concorrente, etc) ao invés de tentar se organizar no seu meio empresarial e tomar atitudes que possam colaborar para a evolução do seu segmento de mercado. Devemos ficar atento, pois este vírus é perigoso. Parabéns Dri!

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