domingo, 30 de agosto de 2009

O jeito de tratar

Esse negócio de liderar as pessoas não é uma coisa muito fácil não. É cada detalhezinho que pode fazer toda a diferença...

Para quem trabalha com pessoas e tem que, através delas, alcançar resultados, recomendo sempre utilizar uma técnica bem simples, mas muito eficaz: tratar as pessoas de forma diferente.

Pessoas são diferentes. Não existem duas pessoas iguais. Se pessoas são diferentes, não devemos tratá-las como iguais, quando estamos tratando de motivação.

Peão de estância é quem trata todas as vacas do mesmo jeito.

Para cada pessoa, uma forma de tratamento, um jeito de motivar. Há os que se motivam com um tapinha nas costas, há os que se motivam se tiverem metas arrojadas, há os que precisam ser mandados, há os que se estimulam com uma voz forte de comando, há os que se motivam com palavras carinhosas, há os que se estimulam “na porrada”. Enfim, cada pessoa tem o seu jeito e para cada uma temos que usar o jeito certo para “tocá-las”.

Se usar palavras carinhosas com quem se estimula “no berro”, ou vice-versa, vai dar tudo errado. Imagine usar palavras fortes e agressivas com alguém muito sensível, que se impressiona com facilidade. O efeito vai sair ao contrário. Ao invés de motivar, nós só conseguiremos inibir e constranger esta pessoa.

Aprenda a conhecer as pessoas que trabalham com você e descubra qual a melhor forma de motivá-las. A sua equipe estará harmonizada, os resultados acontecerão naturalmente e você estará desenvolvendo seu perfil de liderança.

Vale a pena experimentar.

Um abraço do Dr. I

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

O Desafio da Mudança

Ninguém muda pensando em piorar. Quando a gente muda, muda porque está querendo melhorar alguma coisa. Muda por que algo está nos incomodando e precisa ser melhorado.

Ao iniciar um processo de mudança na nossa vida temos que ter bem claro que um desafio inicial logo se impõe: é o desafio da primeira etapa da mudança. Talvez o mais importante a ser vencido. Vencê-lo significa atravessar a parte mais difícil do processo e se encaminhar para uma grande conquista.

Mas por que o desafio da primeira etapa é o mais importante num processo de mudança? Simples. É o período em que os resultados pioram. Tudo piora. Sempre piora.

Quem já fez uma reforma em casa, quem já fez uma cirurgia plástica, quem já passou por mudança de sistema na empresa ou quem já parou de fumar sabe bem do que eu estou falando. Nos quatro exemplos citados, como em todas as mudanças, a primeira etapa é terrível. Mas, vencida a primeira etapa, as etapas seguintes acontecem naturalmente e os resultados também acontecem da mesma forma. Quando a gente desiste da reforma da casa logo após as primeiras demolições, é certo que a casa ficará pior do que antes. É preciso vencer esta etapa para chegar na fase dos acabamentos, quando a casa começa a ficar do jeito que sonhamos. Quando a gente muda o sistema na empresa, os primeiros dias são terríveis. São dias cheios do que o pessoal da informática chama de “bugs”. Além de não sabermos usar muito bem o novo sistema, ele ainda não funciona direito. É quase um caos. Entender o que está acontecendo, consertar os bugs e se adaptar ao novo sistema rapidamente vai fazer a gente vencer esta etapa. Se pararmos ou voltarmos atrás por causa das primeiras dificuldades, não evoluiremos.

Quem não consegue vencer o Desafio da Mudança não conseguirá ter bons resultados no final. Não conseguirá o tão esperado êxito. Na primeira etapa é preciso convicção para continuar. Quando tudo parece que está dando errado, é preciso determinação para continuar.

Não esqueça disso quando você for implantar aquelas mudanças que há tempos você vem pensando em fazer.

Um abraço do Dr. I

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Você Futebol Clube

A profissão de jogador de futebol é uma das mais glamorosas que existe, e para se dar bem nela um jogador precisa estar sempre supermotivado. Também é no futebol que se encontra uma das maiores fontes de motivação que existe: a torcida.

Imagina se na sua profissão também existisse uma torcida por você como existe no futebol.

Você, gerente de RH, acaba de contratar um bom profissional, olha para os lados e vê a torcida se levantando e gritando em coro seu nome: Êêêê, Fulana, Fulana, Fulana!!! Que sonho... Você, vendedor, está ali atendendo um cliente e prestes a fechar um negócio. Você olha para os lados e vê milhares de pessoas torcendo, nervosas, na expectativa do que você fará a seguir. Quando você finalmente faz uma boa venda a torcida vem abaixo e grita “Êêê”. E quando seu colega também faz uma venda boa a galera já grita “olé!”. Imagina...

Ao final do dia, você se depara com vários repórteres querendo te entrevistar na saída da empresa. Querem saber o que você sentiu ao fechar a venda, para quem você dedica a venda e o que você espera para os próximos dias de trabalho.

Você vai para casa e no carro sintoniza a rádio que está fazendo a cobertura do seu trabalho e ouve o comentarista dizer “o Fulano hoje trabalhou demais, protagonizou cada lance sensacional e foi o principal destaque de sua empresa. Nota “8”. Em seguida o programa reproduz a narração do fechamento da venda que você fez e você se emociona dentro do carro. Ao chegar em casa você corre para a TV para ver o compacto do seu dia de trabalho, na narração do Galvão Bueno. Imagina...

No outro dia você compra o jornal e lá está você de novo, na contra-capa. No interior, matérias sobre o seu dia de trabalho e de como você foi bem neste ou naquele momento. Alguns comentaristas arriscam conselhos e dizem onde você deve melhorar. Também especulam se você já não está merecendo uma chance na seleção brasileira de vendedores. Acham uma injustiça o treinador da seleção só estar convocando os vendedores que estão atuando no exterior. Imagina...

Infelizmente a maioria das pessoas não pode ter o estímulo de uma torcida no seu trabalho. Uma torcida a nosso favor durante o trabalho certamente nos faria trabalhar mais motivados. Se não da para ter uma torcida “real” a nosso favor, imagina uma torcida “fictícia”. Imagina que tem milhares de pessoas ao seu redor torcendo fanaticamente por você. Talvez você produza mais e trabalhe mais motivado.

Imagina.

Um abraço do Dr. I

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Uma história real de embrulhar o estômago

Assistindo o episódio do Sarney usando sua influência para conseguir uma boquinha no senado para o namorado da neta, me lembrei de uma história semelhante que aconteceu comigo há uns 12 anos atrás, na época que eu era gerente de unidade de uma dessas entidades que tem receitas compulsórias, descontadas dos trabalhadores e empresas de um determinado segmento. Um “S” desses que tem por aí, onde o dinheiro é abundante e onde não há fiscalização de quase nada. Quase um órgão público...

Eu tinha algumas semanas na casa quando entrou na minha sala um conselheiro da dita entidade. Na época, este conselheiro era um tradicional ex-futuro-deputado estadual. Hoje, a figura é prefeito de um município da fronteira do estado. Pois este senhor entrou na minha sala e já foi me passando o currículo de uma afilhada sua que estava se formando em Educação Física e que eu deveria contratar para ser professora da unidade. Expliquei-lhe que não estava precisando de nenhum professor na unidade, mas que iria encaminhar o currículo para a área de RH da entidade, para possível aproveitamento em outra unidade. O homem não se contentou com minha resposta e exigiu que eu contratasse sua afilhada para aquela unidade, pois ficava perto da sua casa e ela não precisaria pegar ônibus para ir para o trabalho. Com a minha insistente negativa, o sujeito ficou “meio” brabo e partiu para as ameaças. Saiu brabo e dizendo que iria procurar a diretoria da entidade. Alguns dias se passaram quando a área de RH abriu um processo seletivo para preencher uma suposta vaga de professor de Ed. Física na minha unidade. Mandei cancelar o processo e comprei uma baita incomodação. Mais algumas semanas e o RH encontrou um problema na documentação de um dos professores da unidade. Mandaram uma ordem para demitir o professor e abrir processo seletivo para substituição. Adivinhem que foi a primeira candidata que apareceu para a entrevista comigo? Tcham!!!

Aos poucos fui descobrindo que a maioria dos servidores da entidade eram apadrinhados de diretores e conselheiros, ganhavam muito, não faziam quase nada e não se podia demiti-los. O encarregado da manutenção ganhava quase o mesmo que o gerente e não sabia a diferença entre um prego e um parafuso, mas era o assador de churrasco oficial do presidente da entidade. Descobri também que as compras para o restaurante eram superfaturadas e que sempre as mesmas 3 empresas ganhavam a “licitação”, num revezamento sincronizado de dar inveja à qualquer equipe de nado sincronizado. Certamente uma incrível coincidência... E descobri muitas outras coisas “bacanas” também.

Vocês já devem estar se perguntando como se sobrevive num ambiente desses. Eu não descobri a tempo. Trabalhei apenas alguns meses e fui demitido. Mais ou menos na época que estava juntando documentos que comprovariam algumas falcatruas que vinham sendo praticadas na entidade.

O caso Sarney me fez relembrar essas coisas todas. E me fez ficar, como naquela época, enojado, com vontade de gritar, de protestar, de botar a boca no mundo. Mas aí a gente lembra que precisa juntar provas, documentos, gravações, essas coisas...

Na entidade que eu trabalhei não dava para trocar a diretoria e os conselheiros apenas com a minha vontade. Ainda bem que na política a gente pode tirar o poder da corja com o nosso voto.

Então vamos caprichar na próxima eleição.

Um abraço do Dr. I