segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Chefe exigente

Aos 17 anos aprendi uma importante lição e desde então procuro aplicá-la em todos os momentos da vida.

Num curso de desenhista de arquitetura de uma tradicional escola de desenho de Porto Alegre, eu era o melhor aluno (êta modéstia) de uma classe de poucos talentos. Quando o professor corrigia meus trabalhos, sempre fazia muitas críticas e riscava os desenhos, me obrigando a redesenhá-los completamente. Para os trabalhos dos meus colegas, nitidamente inferiores aos meus, eram só elogios e praticamente nenhuma correção. Aquilo me irritava profundamente. Imaginem um adolescente nessa circunstância. Fui pegando uma raiva do professor e da sua falta de critérios que vocês não imaginam. Ao mesmo tempo fui desenvolvendo um instinto de superação muito intenso. Adorava desenhar, mas odiava quando o professor corrigia meus trabalhos. Então me tornei extremamente perfeccionista com meus desenhos. Ficava imaginando o que o professor poderia criticar nos desenhos e desenhava e redesenhava até não restar mais uma possibilidade de correção. Mas não adiantava, pois ele sempre encontrava algo para criticar.

Um dia, me enchi de coragem e pedi para conversar com ele em particular. Fiquei na sala depois da aula até que todos saíssem, ficando apenas eu e o professor. Desabafei! Disse-lhe tudo que estava pensando e que me irritava. Acusei-o de me perseguir, de não gostar de mim, de proteger os colegas, e disse-lhe mais alguns impropérios, próprios da idade. Foi aí que, com toda a tranqüilidade, ele me deu uma lição. Disse-me que eu era realmente o melhor aluno da escola, e que via em mim um grande potencial para ser desenvolvido. Se ele criticasse os meus trabalhos com os mesmos critérios que usava com os demais colegas, eu não evoluiria muito no desenho. Fazia-me desenhar tudo novamente para que eu me tornasse melhor a cada desenho, e saísse da escola um exímio desenhista. Com relação aos colegas menos talentosos, ele nem exigia muito, pois sabia que não adiantaria. Os caras não sabiam desenhar, não tinham nenhum talento e nenhum potencial a ser desenvolvido. Se ele fosse ser rigoroso com esses alunos, isso só serviria para talvez eles caírem na real e até deixarem a escola. A partir deste dia passei a gostar do professor e até lhe pedi que continuasse sendo exigente comigo. Ao final dos dois anos de curso eu ganhei os dois principais prêmios da escola, como melhor aluno da escola e como melhor projeto arquitetônico.

Muitos anos mais tarde esta lição foi muito importante também para o meu filho, que achava que o treinador de basquete era muito exigente com ele e pouco exigente com outros atletas da equipe.

Seguidamente vejo nas empresas em que atuo pessoas reclamando dos seus chefes, de como o chefe é crítico, exigente e perfeccionista. Se você está nessa situação, e odeia seu chefe por isso, saiba que ele está apostando em você, ele sabe que você tem potencial e está fazendo o possível para você desenvolver este potencial. Mas, se você faz um servicinho meia-boca e o seu chefe nem reclama, comece a se preocupar, pois o chefe já te largou de mão. A sua demissão é só questão de tempo. Abre o olho.

Um abraço do Dr. I

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Se eu fosse você

Se eu fosse você
Olharia o mundo com olhos de uma criança
Correria atrás dos sonhos como um adolescente

Se eu fosse você
Olharia menos para o passado e mais para o futuro
Viveria o presente acima de tudo

Se eu fosse você
Faria mais coisas que seu coração deseja
Faria menos coisas que sua mente manda

Se eu fosse você
Faria dos amigos os bens mais preciosos
Faria da família o porto seguro

Se eu fosse você
Evitaria pessoas negativas e que te sugam energia
Ignoraria inimigos e pessoas que te traíram

Se eu fosse você
Transformaria rancor em energia de impulso
E deixaria de lado toda a mágoa interiorizada

Se eu fosse você
Investiria mais em relacionamentos duradouros
Daqueles que alegram, emocionam e marcam

Se eu fosse você
Trabalharia apenas com o que te dá prazer
E viveria como se estivesse de férias, trabalhando

Se eu fosse você...

É fácil dizer o que alguém tem que fazer
É só sair falando
Difícil é fazer
Mais difícil ainda é fazer fazer
Vamos lá, faça!

Um abraço do Dr. I

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Blog de aniversário

Hoje o Blog do Dr. I está de aniversário. No dia 3 de dezembro de 2008, há exatamente um ano, criei este blog e postei aqui o primeiro texto. De lá até hoje foram 50 textos (contando esse). Alguns muito bons, outros nem tanto, outros até bem ruinzinhos. Nem sempre estamos inspirados para escrever.

Confesso que, quando comecei a escrever, tive dúvidas se o pessoal iria gostar, se os textos teriam alguma utilidade para alguém, se iria ter tempo e inspiração para escrever um texto por semana, como me propus, se conseguiria INSPIRAR e MOTIVAR alguém através dos textos, enfim, estava como naquele velho provérbio popular: Todo homem inteligente é cheio de dúvidas (eu acho)...

Passado este tempo todo, algumas dessas dúvidas se dissiparam. Apesar de poucas postagens e comentários aqui no próprio Blog, tenho recebido muitos retornos e até alguns comentários bem elogiosos (tem gosto pra tudo...) por e-mail. Alguns textos têm realmente inspirado e motivado pessoas no seu dia-a-dia, outras usam os textos em trabalhos com grupos nas organizações, outros postaram textos em seus sites, alguns se identificam com as situações relatadas e têm aqueles que até “se acharam” em alguma história contada. Hoje minha maior dificuldade é escolher um tema para escrever, pois tem tanta coisa acontecendo na nossa volta que fica difícil selecionar. Muitas vezes começo escrevendo sobre alguma situação de trabalho, com um foco mais “motivacional”, e no meio do texto mudo tudo para um assunto atual, completamente diferente, em função de alguma notícia que leio e que acho que merece um comentário. Como eu disse, dúvidas, dúvidas...

Com relação aos comentários aqui no Blog, destaco um que me emocionou muito: o texto sobre os manos do Zaffari chegou aos manos do Zaffari Centerlar, que postaram aqui um comentário bem bacana. É, os manos do Zaffari estão ligados!!! Eu não disse que os caras são muito bons...

Enfim, o saldo de um ano de textos foi altamente positivo. A missão de INSPIRAR E MOTIVAR pessoas está realmente sendo cumprida neste Blog.

Tudo isso é para dizer que vocês vão ter que me aturar pelo menos mais um ano.

Mas não se preocupem tanto. O bom das coisas em computador é que o equipamento tem teclinhas tipo ESC e DEL que nos permite detonar os chatos e mal-quistos que insistem em chegar até nós. Melhor ainda que o cara detonado não fica nem sabendo...

Então, se os textos (e e-mails) do Dr. I estão te chateando, não perdoa, ESC e DEL neles...

Se não, APRECIA E DIVULGA SEM MODERAÇÃO.

Um abraço do Dr. I