quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Planos e Atitudes II

O primeiro texto que escrevi este ano tinha como título “Planos e Atitudes”. Falava que era importante a gente sempre ter planos para o ano, mas que o mais importante a gente não tinha como colocar no papel, era uma mudança de atitude que temos que ter para mudar este país. Terminei aquele texto dizendo que um dos meus principais projetos para 2010 era assistir Paul McCartney ao vivo.

Pois bem, passados quase 10 meses do ano, alguns dos meus projetos andaram bem, outros nem tanto, mas estou a ponto de realizar um grande sonho: assistir Paul McCartney em Porto Alegre, no estádio do meu time do coração, o Sport Club Internacional. Esta é uma grande e contínua emoção que eu já comecei a sentir lá atrás, quando os rumores de que Sir Paul viria a Porto Alegre começaram, e que vai ter seu ápice na noite de 7 de novembro. Voltei até a tocar violão, inspirado no Paul. Como diria aquele infame narrador: Haaaaaja coração!

Mas e sobre as ATITUDES, como andamos? Eu estou fazendo a minha parte. Procuro ser um bom exemplo de comportamento para as pessoas que me cercam. Procuro ser justo e sempre olhar todos os lados antes de tomar qualquer atitude. Através destes textos eu procuro levar mensagens que ajudem as pessoas, que as motivem e as inspirem para a vida. Eventualmente alguém me manda um e-mail discordando radicalmente e colocando outro ponto de vista. Adoro quando isso acontece. Podemos crescer discutindo idéias e trocando opiniões. E assim vamos indo para o final de um ano importantíssimo nas nossas vidas, pois vem aí uma nova eleição para definirmos quem será o nosso Presidente.

Sobre ATITUDES ainda, naquele texto de janeiro eu terminei uma lista de sugestões de atitudes para 2010 com a seguinte sugestão: votar com consciência em pessoas íntegras, que pelo menos não mintam e se comprometam com a palavra dada antes da eleição.

Não sei como está o andamento dos seus projetos para 2010, mas no próximo domingo todos nós teremos uma ótima chance de tomar uma ATITUDE. Lembrem-se que o atual governo já está há 8 anos no poder. OITO ANOS! Se você acha que as coisas realmente importantes deste país (saúde, educação, saneamento, segurança e justiça) estão bem e melhoraram bastante nesses OITO ANOS, seu voto será pela continuidade. Se você acha que em OITO ANOS o país não evoluiu quase nada nesses quesitos, sua ATITUDE será pela mudança. Não se esqueça também de avaliar o passado dos candidatos e os grupos que os apóiam. Se quisermos acabar com a corrupção neste país, devemos tomar uma ATITUDE agora, e mandar pra casa (já que pra cadeia é difícil mandar - a justiça, lembra?) imediatamente os políticos corruptos que já nos mostraram a sua cara e o seu descaramento com a coisa pública.

ATITUDE, meu amigo, minha amiga. ATITUDE!

É o que precisamos ter no próximo domingo para construirmos um país melhor. Se não for agora, depois não adiantará mais reclamar...

BOA ATITUDE!!!

Um abraço do Dr. I

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Fazer fazer do jeito positivo

Uma vez, quando estava prestando consultoria para um órgão público, um gerente me perguntou como ele fazia para motivar sua equipe, já que não dispunha de poder para demitir os caras, e a turma vivia bem desmotivada. Imaginava ele que, se os caras não tivessem a tal estabilidade, ele poderia ameaçá-los e como isso fazer os caras trabalhar.

Um dos principais desafios da liderança é motivar as pessoas. Com tantos problemas que as pessoas enfrentam, com tantas deficiências em formação, muitas vezes com baixa remuneração e metas quase impossíveis de serem alcançadas, motivar uma pessoa pode se transformar num obstáculo quase intransponível para um líder.

Mais do que fazer, um líder precisa fazer fazer. Precisa fazer as pessoas de sua equipe fazerem seu trabalho e atingirem suas metas, da melhor maneira possível. Fazer fazer de qualquer jeito é relativamente fácil. É só mandar. Mas fazer fazer espontaneamente é bem mais difícil. A motivação para a realização de um trabalho pode vir de duas maneiras: imposta de cima pra baixo, sob a forma de ordem, sujeita às sanções em caso de não execução, ou incentivada de colega pra colega, de líder para liderado. O primeiro modelo é negativo, usa o poder do cargo, dá resultado no curto e até no médio prazo, mas no longo prazo as consequências são terríveis: falta de comprometimento das pessoas, falta de espírito de equipe, desunião, estresse, falta de confiança entre as pessoas, ambiente ruim, etc. O segundo modelo é o positivo, usa a capacidade de influenciar que um líder deve ter. Gera bons resultados no curto prazo e excelentes no longo prazo, com a equipe mais unida, mais confiança entre as pessoas e proporciona um ambiente de trabalho mais harmônico e prazeroso para todos. Todos ganham com este modelo.

O modelo positivo pode e deve ser usado sempre, em qualquer tempo, circunstância e em qualquer tipo de organização, privada, pública ou 3º setor. O modelo negativo de fazer fazer só pode ser usado em organizações privadas, onde as pessoas ficam sujeitas aos humores e sentimentos de um chefe. No serviço público as pessoas têm estabilidade, e ameaças não fazem o mínimo sentido. Mas peraí, será que precisamos ameaçar as pessoas com demissão para que elas nos obedeçam? Precisamos mandar ao invés de pedir? Precisamos estar sempre lembrando as conseqüências de um não atingimento de metas? Definitivamente, se você só consegue que as pessoas façam o que você quer através da pressão do seu cargo você está na contramão da liderança. Você é um chefe. Sem seu cargo você não será nada. Está na hora de você ser menos chefe e mais líder.

Respondendo ao gerente do órgão público, disse-lhe que, se ele só conseguiria motivar os subordinados com a ameaça de demissão, estava na hora dele se atualizar em técnicas de relacionamento, comunicação e liderança. Ele estava ultrapassado.

Ser líder não é fácil. Ser chefe é bem mais fácil, e era o que ele era, um chefe.

Você também está nessa? Só consegue fazer fazer do jeito negativo, sob pressão do cargo? Se liga! Tá na hora de rever seus conceitos...

Um abraço do Dr. I

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

A valorização de conquistas, sem “porém”

Impressionante como as pessoas tem o péssimo hábito de valorizar coisas negativas. A imprensa que, como os políticos, representa bem o que pensamos e fazemos, é expert em explorar esse lado negativo das coisas. Nesta semana aconteceram dois fatos absolutamente marcantes e positivos no mundo, e grande parte das pessoas preferiu destacar algum ponto negativo.

O primeiro fato foi a conquista do tri-campeonato mundial de vôlei pela seleção brasileira, na Itália. Uma conquista belíssima, com vitórias marcantes sobre nossos tradicionais rivais nesse esporte, Cuba e a anfitriã Itália. Aí os caras chegam no Brasil é são questionados sobre uma derrota proposital na competição, com objetivo de pegar um grupo mais fácil na fase seguinte. Mas o que esses caras queriam? Ganhar a batalha e perder a guerra? Teve um imbecil (só me ocorre este adjetivo) que disse que a conquista ficou manchada por aquela derrota. Este imbecil certamente nunca entrou numa quadra e disputou um campeonato na vida. Só pode! Se o Brasil tivesse ganhado da Bulgária e perdido mais adiante para a Itália, por exemplo, as mesmas pessoas destacariam que o Brasil “não soube jogar pelo regulamento”. Estão sempre buscando o contraponto negativo para desmerecer a conquista dos outros. Sai negatividade!!! Os caras venceram maravilhosamente, usando tudo o que podiam e tinham direito, principalmente a estratégia. Parabéns pros caras!!! O resto é charopice de gente murrinha, negativa.

O outro fato marcante da semana foi o resgate dos mineiros chilenos. O mundo todo comemorando e se emocionando com o resgate dos caras e em cada canal tinha um “especialista” criticando algum detalhe da operação. Ora era um dizendo que a cápsula Fenix era improvisada e muito apertada, favorecendo a claustrofobia, ora era outro criticando a superexposição dos mineiros na mídia. Alguns criticaram a presença do Presidente Chileno o tempo todo no resgate, argumentando que ele estava agindo politicamente. Um psicólogo brasileiro criticou, à distância e sem saber dos detalhes, o tratamento que foi ministrado aos mineiros. O comentarista, sentadinho na frente da televisão, assistindo a tudo sem ter nenhuma responsabilidade sobre o resultado e sobre a vida das pessoas, tem sempre a melhor solução pra tudo.

Será que precisamos sempre criticar as vitórias dos outros? Será que temos uma predileção especial por desvalorizar as conquistas alheias, colocando sempre um “porém” que desmereça a conquista? Não acho isso legal. Precisamos aprender a valorizar as conquistas dos outros, tanto quanto queremos que valorizem as nossas. Traga isso para o seu mundo. Imagina você atingir uma meta arrojada com sua equipe de trabalho, faz uma festa pra comemorar, se enche de orgulho, fica feliz da vida e aí vem um chato e te diz: “é, você teve muita sorte porque não choveu”. Brochante, não? E como tem gente assim...

Definitivamente, seja uma pessoa positiva. Valorize as conquistas dos outros, sem restrições, sem “poréns”. Valorize também as suas conquistas e as das pessoas à sua volta. Isso só faz bem. Isso anima e motiva à todos.

Um abraço do Dr. I

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Greve sem apoio

Os bancários estão em greve em todo o Brasil, causando muitos transtornos para todos que precisam usar os bancos. Ou seja, toda a população. Uma campanha por melhores salários, não interessa em que categoria, deveria sempre ser capaz de sensibilizar a população, mas com os bancários ocorre exatamente o contrário: a maioria da população acaba ficando contra eles, e a imagem dos bancários fica pior a cada greve.

Acho que eles não sabem se posicionar. Explico: algumas semanas atrás perdi 50 minutos numa fila de banco. Apenas dois caixas operando e um deles exclusivo para privilegiados (idosos, gestantes, etc). Todas as pessoas da fila estavam muito irritadas com a demora. Durante este período, e também muito irritado, eu saí da fila duas vezes. Uma para falar com a gerente solicitando que ela tomasse uma providência com relação ao caso. Por lei, naquele dia o período máximo de atendimento era de 20 minutos. Sem esconder sua contrariedade por ser questionada, ela me explicou que não podia fazer nada porque estava com poucos funcionários, e ainda quis me encaminhar para o caixa dos privilegiados. Fiquei mais irritado ainda. A outra vez que saí da fila foi para me dirigir a um homem de uns cinqüenta anos no máximo, bem saudável, que estava sendo atendido na fila dos privilegiados. Discuti com o tal homem, que se irritou, mas que se recusou a apresentar um documento que comprovasse sua idade. O caixa nem se abalou, e ainda balançou a cabeça condenando minha abordagem. Todos na fila vaiaram e se manifestaram contra o homem, que naquele momento estava passando a perna em todos da fila, com a conivência do banco. Durante minhas duas manifestações no banco, os clientes da fila me apoiaram, mas os funcionários do banco sacudiram a cabeça negativamente, como que pensando “mais um barraqueiro para nos encher o saco”. Na saída, e já bem atrasado, cheguei no estacionamento do banco e encontrei um carro estacionado atrás do meu, bloqueando minha saída. Pergunta pra cá, pergunta pra lá e descubro que o carro era de um dos funcionários do banco, um daqueles que tinha balançado a cabeça condenando minhas manifestações anteriores. Meu sangue italiano ferveu e aí eu fiz mesmo um grande barraco dentro do banco.

Por que eu estou relatando este episódio? Porque cada barraco desses deveria ser encarado pelos bancários como um importante apoio à sua causa. Cada cliente que reclama no banco no fundo está querendo dizer: este banco precisa ter mais e melhores funcionários para nos atender. Este banco precisa investir mais em pessoas. Os bancários olham para os clientes que reclamam com aquelas caras de contrariados e não aproveitam em benefício próprio as manifestações. Por medo de perder o emprego, o gerente do banco é capaz de dizer para seu diretor que na sua agência está tudo sob controle, que pequenas manifestações de clientes são facilmente contornáveis, que ele consegue atingir as metas e atender bem os clientes com aquele número de funcionários. Uma miopia gerencial terrível. Ao invés de ficarem ao lado dos clientes, e usar a força dos clientes como apoio para suas reivindicações, os bancários preferem a via da comodidade, da greve, e aí os clientes que se lixem.

Agora mesmo nesta greve, não tenho vontade nenhuma de apoiá-los. A única coisa que realmente tenho vontade de fazer é gritar: Vão trabalhar, vagabundos!!!

Um abraço do Dr. I