quinta-feira, 30 de abril de 2009

O imeiul

Diariamente recebo inúmeros e-mails de amigos, de conhecidos e de desconhecidos, além dos tradicionais spams e aqueles com vírus. Recebo regularmente de alguns amigos vários e-mails com mensagens, correntes, piadas, protestos, fotos, filmes, animações, campanhas e um monte de coisas mais. Para quem está conectado na rede, o e-mail é a porta de entrada para o contato. Também produzo e envio uma boa quantidade de e-mails, como este, falando sobre e-mails...

Apesar de receber muita porcaria, me sinto um cara privilegiado por poder desfrutar de tantos contatos diariamente, e faço o possível para aproveitar ao máximo estas oportunidades que batem à minha porta eletrônica. O mundo é movido por conhecimento, transmitido de forma cada vez mais rápida. A maioria dos negócios são fechados com base em relacionamentos. Não adianta ter a melhor idéia, o melhor projeto ou a melhor proposta. Se ela não for encaminhada à pessoa certa na organização, o negócio não será fechado e não produzirá efeitos.

Quem envia um e-mail espera algo do destinatário ou quer compartilhar algo com ele. No mínimo, a atenção dele. Fora os spams e e-mails com vírus, leio todos os e-mails que recebo e procuro dar um retorno a quem me enviou, sempre que possível ou necessário. Os e-mails enviados por amigos ou conhecidos são sempre lidos com muita atenção, mesmo que o conteúdo aparentemente seja desinteressante ou repetitivo. Tenho encontrado nos e-mails recebidos uma boa fonte de informações e conteúdo para meu trabalho como palestrante e consultor. Além disso, através dos contatos por e-mail estou constantemente ampliando e reforçando a minha rede de relacionamentos, fundamental para os negócios.

Escrevo sobre isso pois sei que muita gente hoje em dia já se cansou de receber tantos e-mails que nem os lê mais. Responder então, nem pensar. Acham uma perda de tempo. Alguns mudam o endereço eletrônico a todo o momento, para fugir dos spams e e-mails de correntes. Será esta uma atitude positiva, que reforça relacionamentos? Será esta uma atitude inteligente, que gera contatos e negócios? Num mundo em que o conhecimento e a velocidade da informação são fatores-chave para o sucesso profissional, desprezar ou menosprezar contatos eletrônicos não parece ser uma atitude muito inteligente.

E os inúmeros e-mails de correntes, spams e vírus que recebemos todos os dias? É simples: o computador tem uma tecla de nome Del que pode ser usada a qualquer momento. Para esses casos, use esta tecla. Alguns segundos por dia são suficientes para resolver estes casos.

Para os demais e-mails, aproveite o que cada um pode te trazer de positivo.

Ah, e para os amigos que regularmente me enviam e-mails um recado: podem continuar enviando. Eles são muito bem vindos.

Um abraço do Dr. I

quinta-feira, 23 de abril de 2009

O Coração

Além de palestrante motivacional, sou professor e consultor de empresas, atuando na área de gestão e qualidade total. Atendo organizações que implantam sistemas de gestão pela qualidade total. Neste campo, temos várias ferramentas possíveis de implantação, dependendo da necessidade da organização. Para que elas funcionem e atinjam os resultados esperados, todas elas possuem o mesmo fator-chave para o sucesso: as Pessoas que vão utilizá-las.

É impossível implantar qualidade sem se preocupar prioritariamente com as pessoas. Já vi e até participei de alguns projetos de gestão que não deram certo por não priorizar o fator humano. As ferramentas de gestão são bacanas, o método da qualidade é legal, o programa 5S é bárbaro, desde que as pessoas que vão implantá-los estejam motivadas e se sintam valorizadas.

Não dá pra implantar qualidade com aquele chefe brucutu que adora humilhar as pessoas. Não dá pra implantar qualidade com aquele gerente caolho que não sabe diferenciar pessoas dedicadas de funcionários meia-boca. Não dá pra implantar qualidade sem se preocupar com o bem estar dos colaboradores. Não dá pra implantar qualidade com um discurso bonito, mas uma prática bem diferente. Não dá pra implantar qualidade sem olhar nos olhos das pessoas, sem ser sincero, sem ser coerente.

Ferramentas são apenas instrumentos frios, sem sentimentos, sem emoção, sem vida. Um método é apenas um jeito de fazer. Essas coisas todas são os braços e pernas da organização, talvez a cabeça. Mas as pessoas são o coração! Sem membros a empresa até sobrevive. Sem cabeça a empresa trabalha muito e errado, gasta mais, mas sobrevive. Agora, sem coração não tem sobrevivência. Sem coração é morte!

Enquanto escrevo isso estou pensando que, neste momento delicado que vivemos, de crises e incertezas, as primeiras providências que os diretores das organizações tomam são: demitir pessoas, cortar a verba da palestra motivacional, cortar os benefícios, cortar a verba de treinamento, cortar o cafezinho, cortar os investimentos na melhoria dos vestiários, cortar, cortar, cortar... Cortar quase tudo que motiva ou que gera bem estar e conforto para as pessoas.

É praticamente um suicídio.

Aí ficam com muitas ferramentas bacanas, mas com poucas e desmotivadas pessoas para usá-las. E ainda reclamam se não dá certo...

E você, meu amigo empresário, como está tratando o coração da tua empresa???

Um abraço do Dr. I

quarta-feira, 15 de abril de 2009

O poder do SIM

Você conhece alguém que tem sempre como resposta um NÃO? Independente do que você perguntou a resposta será sempre NÃO? Você até já sabe que a resposta vai ser sempre não, mas pergunta apenas para se certificar da resposta. Tinha um amigo que se fazia sempre de muito importante e, sempre que convidado para um jantar ou uma confraternização qualquer, a resposta vinha certeira: Não posso, pois tenho uma palestra para fazer. Um dia, convidamos o sujeito e sua esposa para sair, ir a um barzinho, beber um chopp e jogar conversa fora. Qual não foi a resposta? Não, tenho uma palestra neste dia. Ao informar o nobre amigo de que o dia marcado era um feriado, o sujeito se desconcertou... Tem gente que começa qualquer resposta com um não. O cara quer responder SIM, mas ele começa dizendo “não, sim” e aí fala o resto... Já reparou?

Pois o não é a resposta perfeita para os medíocres. O não isenta de responsabilidade. O não é a resposta perfeita para quem não quer se envolver, para quem não quer nem pensar a respeito. Aliás, o não é a resposta perfeita para economizar pensamentos. O não evita o “esforço” de pensar. O não autoriza o medíocre a dizer “eu sabia”, se alguma coisa der errado.

Repare como tem gente que diz não por aí. As empresas estão cheias de gente dizendo não. Não dá pra fazer. Não dá pra comprar. Não dá pra investir. Não dá pra liberar. Não dá pra... ufa!!! Fiquei enjoado só de escrever esse montão de nãos.

Para perceber quem é o “cara” nas organizações, é só procurar o cara que diz o SIM. O cara que diz o SIM é o “patrão”, é o “galo”, é o cara que realmente comanda o negócio. É o cara importante no negócio! É o Líder! É o cara do Sucesso! O resto são os medíocres que sempre gravitam na volta dos Líderes, tentando se passar por importantes.

Por que para dizer SIM é preciso pensar a respeito. É preciso analisar possibilidades. É preciso enxergar o futuro. É preciso ter convicção. É preciso se envolver e assumir responsabilidade. Você já viu algum medíocre assumir responsabilidade? Você já viu algum medíocre olhar para o futuro? Claro que não. Isso é coisa para gente preparada. E para dizer SIM o sujeito tem que ser e estar preparado. O SIM vem de dentro do coração, da alma. O não sai da boca pra fora. Ao dizer SIM a pessoa está firmando compromisso. Ao dizer não a pessoa está se livrando de qualquer compromisso.

Procure estar próximo das pessoas que dizem SIM. Elas são especiais. São elas que movem e transformam o mundo a nossa volta. São elas que fazem acontecer.

À propósito, você diz sempre o que mesmo?

Um abraço do Dr. I

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Futebol fora do campo

Em 2006 fui trabalhar como executivo de futebol num clube da serra gaúcha, o Esporte Clube Juventude, na época pertencente à primeira divisão do futebol brasileiro, e pude experimentar o ambiente hostil do futebol, para quem não é da tchurma. Apesar de toda a bagagem que tenho em gestão de organizações, em especial em clubes esportivos, eu era visto em Caxias como um forasteiro que não teria contribuição significativa a dar ao clube. Sem falar na inveja que muitos sentiam pela remuneração que eu recebia, a maior do clube.

Diretores com interesses pessoais acima dos do clube, funcionários medíocres apadrinhados por diretores e conselheiros, boicotes e sabotagens de todos os lados, a pior crise financeira da história do clube, salários muito atrasados e pessoas altamente desmotivadas foram algumas das situações com que me deparei no clube.

Apesar de todas as dificuldades encontradas, duas coisas me encheram de orgulho no trabalho que durou nove meses: a condução do clube na conquista de um importante prêmio de gestão conferido pelo PGQP-RS (Programa Gaúcho de Qualidade e Produtividade) e a manutenção do atleta Zezinho no clube, vencendo uma ferrenha batalha contra um dos clubes grandes da capital gaúcha, que tem as iniciais GFPA.

Da conquista do prêmio de gestão pouco restou. Todo o trabalho de muitos anos foi abandonado no segundo semestre daquele ano, logo após a conquista do prêmio. Em clubes de futebol normalmente acontece coisas desse tipo: a diretoria que entra deixa de lado tudo que a diretoria que sai fez e reinicia do zero, conforme seus interesses. Naquele ano, o Juventude se superou, pois a própria diretoria que investiu na gestão do clube no primeiro semestre, abandonou o projeto no segundo e colocou tudo a perder.

Com relação ao atleta Zezinho, hoje com 17 anos, a maior promessa do futebol gaúcho e com passe estipulado em R$ 40.000,000,00 (isso mesmo, quarenta milhões de reais), o trabalho para mantê-lo no Juventude foi duro e desgastante, com lances cinematográficos, ameaças e intimidações num nível jamais presenciado em categorias de base no futebol gaúcho. E olha que, em 2006, o Zezinho tinha apenas 14 anos. Eu acreditava que o Juventude era o melhor clube para o menino desenvolver todo seu potencial. Ótimo para ele e melhor ainda para o JU. Por interesses pessoais, alguns dirigentes e profissionais do próprio Juventude queriam repassá-lo ao GFPA. A batalha era interna e externa, e deixou seqüelas. O clube da capital que tentou de todas as formas retirá-lo do clube da serra encontrou um oponente determinado a não ceder, e a usar de todos os artifícios legais para manter o atleta na serra: o Dr. I. Por conta disso, e não habituados a perder batalhas por jogadores das categorias de base, o clube da capital se “emburrou”, e considerou o Dr. I persona non grata.

Ao final de 2006, com orçamento reduzido pela metade, fiz o planejamento das categorias de base para o ano seguinte prevendo minha ausência, pois um administrador com um mínimo de sensibilidade não pode planejar que sua própria remuneração consumirá 10% de um orçamento.

E o Zezinho??? Está no JU até hoje. Foi profissionalizado em 2008 e deverá ser negociado para o futebol europeu nos próximos meses. Tornou-se o principal ativo do Juventude na sua luta para sair de mais uma grave crise financeira.

Um abraço do Dr. I

quarta-feira, 1 de abril de 2009

O Chefe Caolho

Seguido me deparo com profissionais que aparentemente tem tudo para crescer e alcançar patamares de remuneração e cargos bem maiores dos que ocupam no momento. Se fossem promovidos fariam muito bem para a organização e para as pessoas à sua volta. Procuro, procuro e não encontro motivos para aquele profissional estar já há anos na mesma função, sub-utilizado, ganhando a mesma coisa, e, pior, infeliz. Aí eu tiro o foco do profissional e encontro o que falta para ele deslanchar: um chefe com visão!

Mas é impressionante a quantidade de chefes caolhos que tem por aí. O profissional se esforça e se dedica, faz tudo certo, faz mais do que se espera dele, se supera. E o chefe? Nada! Incapaz de perceber o diamante no meio dos vidros. Trata-o como um qualquer, como alguém que, como a maioria, só está lá para fazer o mais-ou-menos.

Existem chefes caolhos em todos os níveis nas organizações. De supervisores a diretores. Se um supervisor é caolho, mas seu gerente tem visão, o profissional abaixo daquele pode se salvar. Se o gerente é caolho, mas o seu diretor tem visão, o supervisor está salvo. Mas o diabo é quando a linha hierárquica toda é caolha. Aí o profissional está realmente ferrado. Talvez seja melhor mudar de ares e ir trabalhar em outra organização. Esta já não o merece.

Você se identificou com esta situação? Você é o profissional dedicado ou o chefe caolho? Seja sincero vai...

Se você está desconfiado de que é chefe caolho, está na hora de rever sua postura e atitudes perante sua equipe. Procure se aproximar mais da equipe, interagir mais com as pessoas, perceber quem se apresenta mais para o trabalho e quem se esconde o tempo todo. Procure observar a atitude das pessoas perante as situações do dia-a-dia, principalmente perante as situações mais críticas. Identifique os que são parte da solução e os que são parte do problema. Identifique também os auto-marketeiros, aqueles que supervalorizam o nada que fazem. Eles estão sempre em evidência e, se você é um chefe caolho, serão os primeiros a serem promovidos por você, mesmo que não façam nada de útil para a organização.

Se você se identificou como profissional dedicado subordinado a um chefe caolho, procure avaliar a situação e identificar as oportunidades em que você poderá demonstrar sua capacidade e qualidade do seu trabalho para o chefe do chefe, ou mesmo para um chefe de outra área. Estas oportunidades sempre surgirão, é só estar preparado. Agora, se o chefe do chefe também é caolho, aí você está realmente em maus lençóis. Já vá avaliando se não é hora de mudar de setor ou mesmo de mudar de empresa. Ah, e uma boa providência é, sutilmente, indicar ao seu chefe este texto...

Chefe caolho e chefe do chefe caolho ninguém merece. Esta organização que você trabalha é mesmo uma porcaria e não te merece. Certamente os diretores são tão caolhos quanto a turma lá de baixo.

Um abraço do Dr. I