quarta-feira, 24 de junho de 2009

A inveja é uma m...

Eu sei, o título não é original, mas é o que eu achei mais apropriado para este texto, sobre a inveja.

Quando um estrangeiro vem ao Brasil, à trabalho ou à passeio, e se esforça para falar o nosso idioma, achamos até charmoso o sotaque que ele emprega quando fala. Agora, quando um brasileiro vai lá fora e se esforça para se comunicar na língua nativa, ficamos por aqui dando um pau na pronúncia do idioma do cara.

Ultimamente temos assistido vários jornalistas esportivos (quase todos) do Brasil inteiro ridicularizarem o treinador da Seleção Africana Joel Santana, pelo inglês que ele fala. Aí eu pergunto: quantos desses jornalistas falam inglês? Quantos desses jornalistas falam inglês melhor do que o inglês do Joel Santana? Pouquíssimos... Alguns desses jornalistas não conseguem nem falar o “portunhol”, mistura de português com espanhol, muito falado em regiões de fronteira Brasil do Brasil, especialmente no Rio Grande do Sul.

Então, o que leva um profissional (profissional?) da imprensa, que não fala inglês, a dar um pau no treinador Joel Santana, por conta do inglês que ele fala? I N V E J A. E não é a primeira vez que isso ocorre. Já ocorreu com o Luxemburgo, quando foi para o Real Madrid, com o Felipão, quando foi para o Chelsea, e com outros profissionais bem sucedidos do esporte.

I N V E J A !

No mundo da bola, os salários e honorários pagos aos bons profissionais são muito elevados, fora da realidade de um jornalista. Aí ocorre o seguinte: o jornalista esportivo, que na maioria dos casos ganha muito mal, tem que fazer uma reportagem com um treinador aparentemente comum, mas extremamente bem sucedido, que está ganhando muito dinheiro e fazendo um magnífico trabalho em outro país. O que ele faz? Denigre o profissional no que ele puder. Destaca o aspecto que ele jornalista considera negativo do profissional, e deixa de valorizar as outras qualidades e o resultado do trabalho do profissional. Pura I N V E J A !

Será que é isso que ensinam nos cursos de jornalismo? Acho que não.

Somente a inveja pode justificar um comportamento assim dos jornalistas esportivos brasileiros. Inveja porque eles dificilmente terão a oportunidade de trabalhar no exterior, ganhando tanto dinheiro como um profissional do futebol. E duvido que, no lugar do Joel Santana, eles conseguiriam se comunicar tão bem como ele com quem realmente interessa, os jogadores da seleção africana.

Você já ouviu algum desses jornalistas falar alguma coisa em inglês?

Então pense comigo: a inveja é ou não é uma m...?

Um abraço do Dr. I

terça-feira, 16 de junho de 2009

Essa tal de emoção...

Você já parou para pensar em como as emoções afetam nosso dia-a-dia? Se estamos felizes com alguma coisa então tudo estará bem. Nem ligamos para alguns problemas e encaramos tudo numa boa. Se estamos tristes, à menor contrariedade já reagimos desproporcionalmente. O nosso ambiente de trabalho pode ser carregado ou leve, de acordo com o estado de espírito das pessoas que o freqüentam. E nem tente argumentar que devemos deixar as emoções do lado de fora da empresa, pois isso é humanamente impossível, e ainda somos humanos... Além disso, imagine trabalhar em um ambiente sem emoção...

A grande sacada é utilizar as emoções a nosso favor, a favor do ambiente.

Ao acordar pela manhã, você terá sempre pelo menos duas opções em qualquer situação do dia: se estressar ou não se estressar. Ser feliz ou ser infeliz. Usar o bom-humor ou se emburrar. E a opção é você quem faz. Mais ninguém. Gosto daquela frase que diz assim: ou você é parte da solução ou é parte do problema.

A opção entre ser solução ou ser problema pode estar na forma como você usa ou não suas emoções. Se ficar de mau-humor, se apegando a questões miúdas, a detalhes, a procurar problemas, se emburrando com facilidade, certamente você não estará contribuindo muito para o bom ambiente e, talvez, você seja mesmo parte do problema. Mas, se utilizar o bom-humor, o bom-senso, a afetividade com as pessoas, se concentrar no principal e não no acessório, souber dosar suas emoções, a coisa toda flui melhor, o ambiente melhora e os resultados melhoram também. Você passa a ser parte da solução.

Conheço gente que decide as coisas na empresa muito mais pelo humor do que pela razão. E como erram... Você não conhece alguém assim? Se o time dele perdeu, sai de perto. Deixe aquelas questões importantes para momento mais favorável. Se o time ganhou, é hora de pedir aquele aumento...

Uma vez, o gerente de uma empresa que eu prestava consultoria me relatou que quase perdeu a melhor funcionária por conta de três ou quatro comentários maldosos que alguns colegas haviam feito a seu respeito. Na iminência de demitir a funcionária, resolveu observar os resultados que ela gerava para a empresa. Qual não foi sua surpresa quando descobriu que os resultados dela eram imensamente melhores do que os das colegas que a criticaram. A moça trabalhava numa área de vendas e recebia comissões muito maiores do que a das colegas, por conta do seu excelente e constante desempenho. As emoções foram a tônica neste caso, tanto das pessoas que criticaram uma colega por inveja, quanto do próprio gerente, que quase demitiu sua melhor funcionária baseado em três ou quatro comentários maldosos. Neste caso, o gerente se deu conta a tempo da burrada que estava prestes a fazer, baseado nas suas emoções. No dia-a-dia das empresas, quanto perdemos por não sabermos usar as emoções a nosso favor?

Você acha mesmo que isto não ocorre também com você?

Um abraço do Dr. I

domingo, 7 de junho de 2009

No Rio Grande do Sul, lugar de bandido é na rua

Então tá combinado: aqui no Rio Grande do Sul os bandidos não podem mais ir para a cadeia porque os presídios estão lotados e não oferecem condições de higiene e segurança para os presos. Melhor deixá-los soltos, no convívio da sociedade. Assim, pessoas como nós, que não praticamos crime algum, vamos convivendo com a marginalha que deveria estar presa, mas está solta.

Esta semana um grupo de valorosos e “responsáveis” juízes gaúchos se reuniu e decidiu que lugar de bandido é na rua, convivendo em harmonia com a sociedade. E assim será enquanto o executivo não providenciar na construção de mais presídios. Como a construção de uma obra de grande porte, como é um presídio, demora muitos meses para ser concluída, e se tratando de obra pública, demora mais ainda, podemos esperar vários anos para termos algum presídio novo no nosso estado, você já imagina o estado de insegurança que os gaúchos passam a viver nos próximos anos.

Eu fico imaginando o que passa na cabeça de um policial numa hora dessas. Será que os policiais vão continuar se importando em solucionar crimes? Que motivação terá um policial gaúcho para sair da cama todos os dias e ir combater o crime, se os bandidos não serão mais presos?

Já faz algum tempo que fomos privados de ter armas em casa, pois segundo alguns experts no assunto isso gerava mais violência e acabava armando os bandidos. Só os bandidos podiam andar armados. Agora os mesmos bandidos não podem mais ser presos. No ritmo que a coisa vai, logo o nosso governo, sempre preocupado com o social, vai dar um jeito de criar um bolsa-assalto, ou um bolsa-sequestro, para amparar aqueles bandidos incompetentes que eventualmente ficarem algumas semanas sem cometer algum crimezinho qualquer.

Há muito tenho argumentado que o principal segmento responsável por este país estar do jeito que está é o Judiciário, através dos seus juízes, desembargadores e ministros. E cada decisão deste tipo reforça minha opinião. É muito fácil se eximir de responsabilidades culpando a legislação e aliviando o lado da bandidagem. Juiz não tem que seguir ao pé da letra a legislação, pois toda a legislação de qualquer país tem sempre alguma falha ou brecha que beneficia um bandido com um bom advogado. Se fosse para ser assim, melhor não ter juiz. Um bom programa de computador resolveria. Cada advogado colocaria suas argumentações no sistema, o programa pesquisaria na legislação e daria a sentença. Economizaríamos muito dinheiro público sem ter que remunerar (e bem) todos esses juízes que temos em todo o Brasil.

Se a gente pode colocar e tirar maus políticos e políticos corruptos dos seus cargos, e somos péssimos nisso, infelizmente com os juízes não temos este direito. Eles fazem um concurso, cada vez mais jovens, e com vinte e poucos anos já vão decidir sobre a vida das pessoas e das organizações. A última decisão dos juízes gaúchos foi essa: lugar de bandido é na rua, convivendo com a sociedade.

Desculpe se fugi um pouco dos temas que normalmente abordo aqui no blog, mas este episódio me deixou tão envergonhado de ser gaúcho que resolvi escrever sobre isso...

Será que eles conseguem dormir à noite?

Um abraço do Dr. I