quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Os “pau-de-enchente”

Nesta época de crise, stress e demissões nas empresas estava lembrando do comportamento das pessoas com relação às mudanças que ocorrem à nossa volta.

Vivemos num mundo em ebulição e em constante mudança, a passos cada vez mais rápidos. E neste cenário algumas pessoas conseguem ser muito resistentes a qualquer mudança proposta na sua organização. É natural, pois ninguém quer sair da zona de conforto, mas ao mesmo tempo é um comportamento suicida, pois ao não se engajar num processo de mudança, o profissional corre o risco de ser recompensado com uma “promoção” ao mercado de trabalho.

Com muita propriedade, um amigo chamado Clóvis Oyarzabal cita em suas palestras os três tipos de personagens que surgem numa organização quando esta inicia um processo de mudança (a implantação de um sistema de gestão pela qualidade, por exemplo):

1. Os Pioneiros: aqueles que compram a idéia rapidamente, se motivam (são naturalmente motivados) e mobilizam suas equipes e colegas para a implantação rápida do novo sistema. Normalmente são os líderes (líderes, não chefes), com ou sem cargos de chefia. Pena que estes representam apenas 10 ou 15% das pessoas na organização;

2. Os Zumbis: na outra ponta estão os resistentes, os que são contra tudo e contra todos, os que acham que não precisam mudar. Afinal, sempre foi assim até hoje, por que mudar??? São os caras que são sempre do contra. São os caras talhados para presidir sindicatos de categorias. Sorte que este time conta com apenas 10 a 15% das pessoas na organização;

3. Os “pau-de-enchente”: no meio do bolo, 70 a 80% do pessoal, estão os “pau-de-enchente”. São as pessoas que não chegam a ser do contra, mas também não são totalmente a favor. São cheios de dúvidas e se comportam conforme a influência dos Pioneiros ou Zumbis mais próximos. Uma hora estão empolgados e otimistas, outra hora estão desanimados e pessimistas. Mais ou menos como um pedaço de pau boiando e descendo rio abaixo na enchente. Uma hora desce rápido na correnteza, outra hora fica um tempo boiando, trancado num galho de árvore. A organização precisa fazer com que os Pioneiros influenciem mais fortemente este grupo do que os Zumbis, e assim fazer com que o processo de mudança flua mais rapidamente e mais rapidamente gere resultados.

Lembrei do Clóvis e de seus personagens nestes dias de crise, em que as empresas estão se reestruturando e as pessoas estão perdendo seus empregos. Muitas delas, mesmo tendo excelentes oportunidades para mudar o rumo das coisas, dentro da própria organização, e se preparar melhor para o que vem pela frente, fazem a opção pelo comportamento zumbi e acabam se dando mal.

E você, é Zumbi, Pioneiro ou Pau-de-enchente???
É Pioneiro??? Parabéns!!! É Pau-de-enchente??? Procure imediatamente um Pioneiro e siga-o!!! É Zumbi??? O mercado de trabalho te espera ...

Um abraço do Dr. I

domingo, 25 de janeiro de 2009

A “fascinante” cultura dos outros

Após rápidas e reenergizantes férias, estou de volta ao Blog. Tenho certeza que vocês sentiram tanto a minha falta como eu senti a de vocês. E pra retomar nosso contato, escolhi um tema bem atual: a novela das 8 da Globo. Ou melhor, o entorno da novela das 8.

Engraçado como as coisas são vistas com diferentes olhos e interesses por este pessoal da televisão. Na ânsia de divulgar a nova novela “Caminho das Índias”, está ocorrendo uma mobilização total da emissora no sentido de mostrar o quanto é “fascinante” este país chamado Índia. Quase todos os programas da emissora foram gravados por lá nas últimas semanas. O Vídeo-Show, o Fantástico, o Globo Repórter Especial, os noticiários e até os programas de esporte fizeram matéria sobre a Índia. Os principais jornalistas e artistas foram enviados para lá para nos trazer reportagens e depoimentos sobre a “fascinante” e “misteriosa” Índia.

Bacana ver os jornalistas e artistas que, aqui no Brasil, fazem campanha contra o racismo, contra o preconceito, contra a violência contra a mulher, contra o analfabetismo e contra tantas outras mazelas que nos afligem, acharem o preconceito, o racismo, a segregação social e racial deles uma coisa “fascinante”.

A ignorância e o fanatismo religioso daquela gente são tratados como uma coisa “surpreendente” e “misteriosa”. O preconceito social e racial muito mais profundo que o nosso é tratado como uma “tradição milenar”, que não pode ser modificada. Os costumes atrasados e a pobreza que a maioria do povo vive chegam a ser citados como “riquezas” do país. A falta de higiene, educação e respeito às leis, às mais simples leis, do trânsito, por exemplo, são tratadas como “pitorescas“. As roupas e o jeito de se vestir, principalmente das mulheres, obrigando-as a usar roupas pesadas e fechadas num calor infernal, que não mostram o ombro, o cabelo, ou qualquer parte da perna, são citadas como “lindas”, “ricas” e “sensuais”. Falando sério, a única mulher até hoje que ficou linda, misteriosa e sensual naquelas roupas indianas horrorosas foi a Juliana Paes. Também, esta fica linda, misteriosa e sensual até vestida de bombeira...

Para a Globo, a Índia virou um país modelo, que vai ditar a moda e os costumes no “mundo” nos próximos meses. E do jeito que as futilidades e modismos que a Globo prega sempre emplacam por aqui, vamos nos acostumando e tentando achar normal todo aquele preconceito, aquela segregação, aquela ignorância, aquele fanatismo religioso, aquela falta de educação e até aquelas roupas horrorosas, bregas e coloridas das mulheres indianas. Vou torcer para que isto não pegue por aqui.

E vou torcer também que a novela acabe logo, antes que alguns políticos brasileiros entrem na onda e já comecem a achar que são de outra “casta”...

Um abraço do Dr. I

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Férias

Amigos:

Neste mês de janeiro/2009 estarei por aí, de férias, em algum lugar entre a orla gaúcha e a orla catarinense.

Retorno ao blog no início de fevereiro, com textos interessantíssimos. A modéstia sempre foi uma das minhas principais virtudes...

Espero contar com a presença de todos vocês aqui no blog como em 2008.

Um abraço do Dr. I e até fevereiro.