sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

As bibas têm a força

Dia desses eu estava ministrando um curso em uma empresa e, como sempre faço para deixar o treinamento mais leve, imitei e fiz piadas de homossexuais, loiras, sogras, italianos e alemães, entre outras que eu lembro. Mas neste dia uma coisa diferente me surpreendeu: ao final do dia, na avaliação do treinamento, tivemos algumas avaliações condenando as brincadeiras com homossexuais, com comentários do tipo “os homossexuais presentes na sala podem ter ficado constrangidos”, ou “alguns colegas dos homossexuais não gostaram e se constrangeram”.

Já escrevi sobre isso, todos sabem que os preconceitos que tenho são contra políticos mentirosos e corruptos, contra bandido rico que usa uma vírgula da lei para se safar, contra sem-terra que não é sem-terra e invade terra, e outras jóinhas que andam por aí. Desses eu quero distância. Mas contra pessoas boas e honestas, que apenas tem uma opção sexual diferente da minha, ou a cor da pele mais escura, ou tem menos grana do que eu, ou uma outra religião, definitivamente não. Não tenho nenhum preconceito contra gente do bem.

Pelamordedeus! Uma pessoa que acha que um homossexual vai se constranger por causa de uma imitação ou uma brincadeira citando bibas deve ser muito preconceituosa. Os homossexuais não são tão frágeis assim, tão suscetíveis a constrangimentos. Senão eles (ou elas) não poderiam nem assistir TV ou ir ver uma comédia no teatro. Ao assistir o “Zorra Total” e ver o Paulo Silvino falar em “bichoooona” o cara morreria de constrangimento. Ou quando o Renato Aragão imitasse uma bichinha o cara se suicidaria de desgosto. No BBB 10 então, que as bibas estão dando um show, será que os homossexuais em casa estão “morrendo” de constrangimento? Acho que não...

Ora, vamos parar com essa bobagem. A vida não precisa ser tão sisuda assim. Os hetero-preconceituosos precisam parar de querer policiar os demais e exigir comportamento politicamente correto de todo mundo. A vida seria muito sem graça se a gente não pudesse fazer graça com as situações que passam à nossa volta.

E vida sem graça não tem a mínima graça.

Se esse texto não foi politicamente correto, desculpem-me os patrulheiros de plantão, mas acho realmente que os homossexuais não são cristais frágeis prestes a serem quebrados. Pelo contrário, eles têm personalidade e força, e não precisam de tantos hetero-preconceituosos para defendê-los.

Um abraço do Dr. I

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Trabalho em time

Cada vez mais as organizações estão se dando conta da importância do trabalho em equipe para o atingimento de resultados. Uma equipe motivada e competente é capaz de atingir resultados fantásticos, mas montar uma equipe competente, motivá-la e mantê-la sempre motivada não são tarefas das mais fáceis.

O ser humano é complicado. As pessoas têm inúmeros problemas, jeitos diferentes de ver e interpretar as coisas, têm perfis e temperamentos diferentes, interesses diferentes. Ninguém é igual a alguém. Juntar tudo isso e fazer todos trabalharem como um time não é para qualquer um. Ao longo de minha carreira como executivo e posteriormente como consultor, aprendi e usei alguns macetes que muito contribuíam na transformação de um grupo numa equipe. Alguns deles:

1. Defina metas claras: quando todos sabem onde o barco tem que chegar, todos remarão com mais disposição;
2. Envolva as pessoas no estabelecimento das metas e dos meios para atingi-la: quanto mais as pessoas participarem nesta etapa, mais arrojada será a meta e mais motivadas ficarão para o trabalho;
3. Comunique-se com clareza e franqueza, de maneira diferente com cada membro da equipe: pessoas são diferentes e requerem tratamento diferenciado;
4. Faça reuniões regulares e dê feedbacks sobre o trabalho e sobre os resultados parciais alcançados. Boa comunicação é fundamental;
5. Elogie sempre, muito, de preferência em público. Se tiver que criticar, que seja uma crítica construtiva e em particular;
6. Sorria sempre!!! Mau humor não ajuda em nada. O sorriso é contagiante. Se você sorrir sempre, vai fazer as pessoas a sua volta sorrirem também;
7. Muita atenção com as batatas podres: as pessoas negativas, fofoqueiras e intriguentas. Essas devem ser retiradas do grupo imediatamente;
8. Não tenha medo de admitir erros, se desculpar, se corrigir e seguir adiante. Se tiver que fazer, faça!!!
9. Sirva sua equipe, se você quiser ser servido por ela. James Hunter, no seu livro “O Monge e o Executivo” explora muito bem este tema;
10. Comemore e distribua os méritos com todos. Reconhecer o mérito das pessoas é fundamental para a consolidação do teu time;

Aproveite que o ano está recém começando e comece também uma nova fase no relacionamento com seu grupo de trabalho e transforme-o definitivamente num time. Todos sairão ganhando.

Mesmo não sendo tão fácil, se você não tentar, nunca vai saber.

Experimente!!! Tente!!!

Um abraço do Dr. I

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Minha história de Natal

Todos os anos, próximo ao Natal, várias empresas fazem promoções e premiam as melhores histórias de Natal. Para 2010 já tenho uma que, tenho certeza, vai ser multi-premiada.

Começa na madrugada de 19 de dezembro de 2009, quando fortes dores e cólicas na região abdominal me levaram para a emergência do hospital. Como eu não estava entrando em trabalho de parto, o médico logo constatou a presença de um cálculo renal se movimentando pelo meu corpo. Fui sedado e liberado para acompanhar a saída da pedrinha de casa, com medicamento pesado para dor, e vida “normal”. O calculozinho renal é uma pedrinha que pode ter vários tamanhos. A minha tem 7 mm de diâmetro, uma graça. Imaginem uma pedrinha deste tamanho saindo por onde a gente faz xixi... Nossa, me arrepiei só de pensar... Nessas horas a gente se dá conta das vantagens de se ter um bilau grande, o que definitivamente não é o meu caso. Apesar do apelido carinhoso de “Colosso”, de colossal ele não tem nada...

No dia 22, no aeroporto de Campinas, retornando para Porto Alegre, as dores ficaram insuportáveis e tive que recorrer aos serviços médicos do aeroporto. Fui sedado novamente e despachado para Porto Alegre quando o sistema de som do aeroporto já chamava pelo meu nome para o embarque. Já em Porto, direto para o hospital, para só sair de lá seis dias depois, com duas cirurgias na tarde do dia 24, véspera do Natal. Juro, pensei que neste Natal eu ia fazer o papel do peru e morrer na véspera...

Nesses dias internados cheguei a desconfiar que posso ter sido um paciente meio estressado, principalmente durante a cirurgia de colocação de um cateter. Mas também gente, vamos combinar: quando te fazem furos nas costas e te enfiam um “cano” rim abaixo, praticamente sem anestesia, a vontade que a gente fica não é de levantar o moral das pessoas a sua volta. Não, definitivamente não. Confesso que, nos momentos de dor intensa e durante a cirurgia com a “anestesia vencendo”, deixei de lado a missão de inspirar e motivar pessoas e me dediquei à missão de “tentar parecer forte e racional”. Acho que não consegui... Quando terminou a tortura que os médicos chamam de colocação de cateter e pensei que estava tudo acabado, ouvi o médico dizer “agora só falta colocar a sonda”. Opa??? Sonda??? Pensei “o que será isso?” e quando já estava pensando “onde será que é colocada?” senti alguém pegando no “Colosso” e enfiando uma mangueira bexiga acima. Caraio!!!! Que dor!!! Fui desvirginado, sem aquele jantarzinho inicial básico e nem preliminares...

À propósito, vocês já repararam que coisa bacana é uma sala de cirurgia? Revestimento de azulejo branco nas paredes e cerâmica no piso, um balcão de inox no meio da sala onde a gente fica deitado para ser retalhado, muita luz em cima e uma temperatura de câmara frigorífica. Você chega, deita no balcão gelado e já vê logo aqueles açougueiros, digo, enfermeiros, todos de branco, com toucas e máscaras que só deixam os olhos de fora. Uma delícia de lugar. Muito relaxante e prazeroso. Nem faz você lembrar que dali à pouco vão te retalhar em cima do balcão de inox...

Enfim, Natal no hospital, mangueira bilau adentro, saquinho de xixi pendurado na cama ou na cintura em aprazíveis caminhadas pelos corredores do hospital, cano entre o rim e a bexiga, pedra entalada, tudo para um Natal dos sonhos.

Mas tudo sempre tem um lado bom, e este caso não foi diferente: a diurética cerveja está liberada e até recomendada pelo doutor.

Saúde!!!

Um abraço do Dr. I

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Planos e Atitudes

Nesta época do ano a maioria das pessoas aproveita para fazer planos para o novo ciclo que se inicia. Comigo não é diferente. Nos últimos dias tenho pensado em algumas coisas legais para 2010 e estou começando a colocar tudo no papel, não sem antes ter dado uma boa revisada no plano do ano passado.

Constato que, dos meus 12 projetos de 2009, apenas um se realizou na integra e atingiu os objetivos propostos. E nem foi o de enriquecer... Os demais não se completaram ou atingiram objetivos parciais. Acho que sou muito otimista e me dou prazos curtos demais para os projetos. É assim mesmo. O ciclo funciona assim: planeja, executa, mede, avalia resultados e toma medidas corretivas para o próximo ciclo. E aí repete tudo de novo.

É importante fazer planos, mas talvez as coisas mais importantes que tenhamos que fazer não possam ser transformadas em projetos. Ser mais tolerante com as pessoas, por exemplo, não dá pra colocar em planos nem estabelecer uma meta. Fazer novos amigos e fortalecer velhas amizades também não tem uma expressão numérica que os quantifique. Dá pra fazer um plano para “ser menos malandro e não tentar levar vantagem em tudo, sempre”? Como colocar no papel uma meta para “ajudar a melhorar a vida das pessoas que te cercam”? Impossível!!!

As coisas mais importantes que temos que fazer não dependem de planejamento. Dependem de A T I T U D E, e isso definitivamente não se põe no papel.

Faça seu planejamento para o novo ano sim, mas não esqueça de tomar as atitudes corretas em 2010. Elas podem até não ajudar na realização do teu plano, mas certamente vão te transformar numa pessoa melhor e contribuir para que o nosso país melhore um pouco também. Algumas sugestões simples para 2010 que só dependem de A T I T U D E:
- respeitar filas (do supermercado, do banco, da entrada no avião, do trânsito)
- não fazer gatoNet (ficará mais barato para todos)
- não comprar produtos piratas/roubados/contrabandeados (assim não alimenta a indústria do roubo)
- devolver o troco recebido a mais
- se irritar menos no trânsito
- parar de tentar levar vantagem em tudo, a qualquer preço
- não cheirar ou fumar baseado (assim não alimenta o tráfico e a violência)
- deixar de freqüentar locais e consumir produtos de empresas que não te respeitam como consumidor
- votar com consciência em pessoas íntegras, que pelo menos não mintam e se comprometam com a palavra dada antes da eleição (confesso que essa é difícil...)

Vamos lá, tente fazer algumas delas em 2010.

E sobre meu plano para 2010, um projeto é certo, dependendo de detalhamento: assistir Paul McCartney ao vivo na sua última turnê. Mazzáh!!!

Um abraço do Dr. I