quarta-feira, 14 de julho de 2010

O discurso da Inovação

Cada vez mais se fala em inovação. Consultores Organizacionais e especialistas a todo momento reforçam que o importante hoje em dia é inovar, fazer diferente. Nas organizações, Diretores, Gestores e profissionais de RH tem o mesmo discurso. Eu mesmo seguidamente me pego recomendando que as pessoas pensem diferente e façam diferente, e biriri biriri... Tem-se a impressão que sem inovação não há salvação. Inovação é importante, mas não é tudo. Quando insistimos muito em inovação esquecemos um ponto mais importante do que a inovação: o fazer bem feito!!!

Está difícil de encontrar pessoas focadas em fazer as coisas bem feitas. Parece que isso nem é mais importante. Valorizamos tanto o novo, e não conseguimos fazer bem feito as coisas usuais. Precisamos muito de pessoas preocupadas em fazer as coisas bem feitas. Uma organização em que todos só se preocupam com a inovação será um caos, certamente não sobreviverá. É possível (bem possível) crescer fazendo as mesmas coisas de sempre, desde que se faça bem feito. Taí a Cláudia Leite que não me deixa mentir. Faz muito bem feito tudo aquilo que a Ivete Sangalo já vinha fazendo com o maior sucesso. Igualzinha. É um sucesso também!

A inovação provavelmente catapultará (boa essa, não?) os resultados da organização, e isso é muito bom. O comum bem feito fará a organização crescer de maneira mais lenta, mas provavelmente com mais consistência. E isso é muito bom também.

Pergunte a um cliente de uma operadora de celular ou cartão de crédito o que ele prefere: ser bem atendido por um gentil funcionário, no velho e bom contato pessoal, ou ser atendido por uma máquina modernérrima, com menus sofisticadíssimos e complexos menus? O que você escolhe? Se a resposta é tão óbvia, por que as empresas insistem em substituir as pessoas por máquinas? E seguem perdendo clientes... Ah, essa inovação...

Nos bancos a situação é parecida: os caras substituíram cinco pessoas que atendiam nos caixas por três pessoas que ficam na ante-sala do banco com a nobre missão de te convencer a não entrar lá, e investiram verdadeiras fortunas em equipamentos e softwares para tentar te manter fora da agência. Cada equipamento e sua manutenção custaram (e custam) bem mais do que custa um funcionário. Inovação! Não se fala noutra coisa...

Não sou contra a inovação, muito antes pelo contrário. Só acho que exageramos um pouco na dose quando colocamos a inovação quase como um elemento único de sucesso para as organizações e para os profissionais. Parece que se o profissional não apresentar uma inovação por semana ele estará defasado, e não terá mais futuro no mercado. Não é bem assim. Fazer bem feito tem que vir sempre antes da inovação.

Lembre-se, inovação é muito bom, mas fazer bem feito ainda é o mais importante.

Um abraço do Dr. I

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